A base de dados do cartão de cidadão tem seis milhões de impressões digitais que podem ser utilizadas pelas polícias.
Podia ser fácil e rápido, como nos filmes, identificar um cadáver. Desde que fosse português e tivesse bilhete de identidade, poder-se-ia pensar que bastaria levar a impressão digital do morto ao Instituto de Registos e Notariado (TRN), cruzá-la com a base de dados dos registos lofoscópicos et voilà, o rosto e o nome correspondente aparecia luminoso no écran.
Mas não é nada assim que se passa. Essas possibilidades de cruzamento automático estão ainda extremamente limitadas. No caso do IRN apenas é possível em relação às pessoas com cartão de cidadão, cerca de seis milhões de registos ao todo, deixando de fora todas as identificações do “velho” B.I.
Como explicou ao DN fonte oficial do Ministério da Justiça, “no âmbito do cartão de cidadão existe um sistema de identificação automática de impressões digitais”. É “efetuado o armazenamento numa base de dados de todas as impressões digitais recolhidas no pedido de emissão de cartão de cidadão, garantindo a identificação inequívoca dos cidadãos”.
Ainda segundo tal fonte, “esta base de dados permite dar resposta às solicitações das entidades policiais ou judiciárias que têm sido efetuadas nesta matéria através da comparação de uma determinada impressão digital com a totalidade das que já se encontram armazenadas na mesma”. Em relação ao B.I., “não existe um sistema automático de identificação de impressões digitais, pelo que não é possível quantificar o número de impressões digitais armazenadas em microfilme e suporte informático”, acrescenta o Ministério da Justiça.
As impressões digitais dos B.I. apenas são úteis à investigação policial a título de confirmação de identidade, quando já se tem um nome “suspeito” e se restringe a pesquisa a esse nome. Mas, como assinala o inspetor António Nogueira, da Brigada de Investigação e Averiguação de Desaparecidos da PJ, “na maior parte dos casos por identificar são pessoas de idade avançada, que não tinham cartão de cidadão”. Por isso, o inspetor acredita que “só daqui a mais uma ou duas gerações será possível esse cruzamento automático mais generalizado.
Diário de Notícias | 09-03-2012
Comentários (4)
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Fadas e pais natais...
No entanto hoje até os criminosos da treta andam de luvas! E duas impressões digitais é pouco.
Pior ainda, muitas das policias não têm no imediato acesso ás bases de dados nem sequer a leitores de cartões!
Por outro lado, eu que sou refractário a certas intromissões, (apesar de não discordar, disconfio) identifico-me sempre com o passaporte e nunca com o cartão do cidadão! Isso pelo simples facto de não ter confiança no sistema Por outro lado, sabe-se que boa parte da criminalidade mais violenta ,vem das bandas de leste... e esses não têm cartão de cidadão.
Digamos que alguém anda a sonhar com fadas e pais natais....
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