Alguns membros do Conselho Superior do Ministério Público mostraram-se perturbados com as declarações da procuradora de Beja à RTP acerca do autor do triplo homicídio. Questionam se houve violação do direito de reserva a que são obrigados juizes e magistrados. Para já, a inquietação interna não saiu dos bastidores e não se transformou em inquérito.
Quem o garante é o procurador Pinto Monteiro, que aproveita para sublinhar que a ida à televisão foi devidamente autorizada. Dependerá da próxima reunião do CSMP a hipótese de qualquer tipo de iniciativa de averiguações.
A procuradora Maria José Martinho relatou diante das câmaras detalhes da confissão de Francisco Esperança; não se coibindo de fazer apreciações sobre o comportamento do arguido. Há quem considere que falou de mais. Ora, um magistrado não deve pronunciar-se sobre um processo em curso, explica o advogado Carlos Pinto Abreu. A favor da magistrada estarão os argumentos de ter tido a bênção do procurador, o provável arquivamento do processo e o facto de já não poder prejudicar envolvidos. Estão mortos. Quando um processo está pendente, o caso assume outra figura. O que mais chocou o psicólogo Rui Abrunhosa Gonçalves, da Universidade do Minho, foram as análises “impressionistas” da magistrada, que “podem induzir em erro. São interpretações de senso comum”. A magistrada avaliou-o como um sujeito tranquilo, capaz de, aparentemente, dar explicações lógicas para o ato cometido.
Dina Margato | Jornal de Notícias | 07-03-2012
Comentários (6)
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Só me espanta tanto celeuma com a entrevista e tão poiuo celeuma na hora de usar métodos sujos para safar os clientes do cumprimento da pena a que foram condenados....
O silêncio era de ouro
O bom senso aconselhava a estar calada.
É certo que todos estão mortos, mas a magistrada deve manter-se como tal e não dispôr-se a satisfazer a curiosidade comum.
CUIDAR DOS VIVOS ... E.. RESPEITAR OS MORTOS
O facto de as vítimas e o alegado agressor estarem mortos... já não podem ser prejudicados?...
Salvo o devido respeito, discordo.
Os mortos devem merecer-nos tanto ou mais respeito do que os vivos!
Até porque já não estão neste mundo para se defenderem ou para alegarem as suas razões.
E, finalmente e em bom rigor, nunca se saberá, com plena certeza, quem matou quem!...
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