Os magistrados dos Ministério Público vão ajudar a traçar o perfil do traficante de seres humanos, através de uma base de dados, o que contribuirá para compreender a "complexidade" deste crime, segundo um protocolo assinado esta segunda-feira.
O protocolo foi assinado entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Observatório do Tráfico de Seres Humanos e visa "melhorar a recolha, análise e conhecimento do tráfico de seres humanos e crimes conexos e, desta forma, potenciar a eficácia na prevenção e repressão deste tipo de criminalidade".
Para a chefe de Equipa do Observatório, este protocolo é um "passo decisivo para melhorar o conhecimento sobre este fenómeno em Portugal".
"É importante compreender quem são as vítimas de tráfico, bem como toda a complexidade do seu processo de vitimação, das rotas e práticas de recrutamento", mas também é importante "melhorar o nosso conhecimento sobre os traficantes, quem são e como operam", afirmou Joana Daniel-Wrabez na cerimónia, que decorreu na PGR, em Lisboa.
Na cerimónia, o Procurador-Geral da República afirmou que o protocolo servirá para "tornar mais sensíveis os magistrados para este tipo de crime e com mais potencialidades para o perseguir". Para Pinto Monteiro, o tráfico de seres humanos "é um crime que esquece a dignidade da pessoa humana e transforma as pessoas em coisas, que são comercializadas, compradas, vendidas, exploradas e até mortas".
Segundo o Relatório sobre Tráfico de Seres Humanos, do Observatório, em 2011 foram sinalizadas e confirmadas menos vítimas de tráfico em Portugal (48 sinalizações e 11 confirmações) comparativamente a 2010 (86 sinalizações e 22 confirmações).
Correio da Manhã | 24-09-2012
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