Araújo de Barros - Nenhum juiz pode renegar os propósitos e princípios de preservar a independência e criar os pressupostos necessários a uma renovação assente na cooperação institucional, na qual o juiz assuma o papel de charneira.
Constatando os erros que no passado têm sido cometidos, há que envidar esforços para assegurar que não se repitam. É hora de esbater o notório desencanto do cidadão comum para com o poder judicial, onde já só a custo consegue divisar o reservado e ponderado juiz. É hora de relegar para segundo plano artificiosas operações de cosmética, como a pretensa reinvenção de uma deslocada ética ou a adesão a adventícias técnicas de propaganda e práticas pouco compatíveis com a desejável postura de responsabilização do juiz pelas suas decisões.
É hora de intentar dar voz aos que vivem no dia-a-dia a difícil missão de julgar e que, mais imbuídos desta vocação, suportam os inconvenientes que para todos decorrem da jactância de alguns, propensos a outros desígnios.
Deve ser dada prioridade ao reforço das condições necessárias a um salutar desempenho do múnus da judicatura, na convicção de que a imagem da justiça há-de sempre decorrer do modo como é exercida.
Araújo de Barros (Juiz do Tribunal da Relação de Guimarães) | Correio da Manhã | 28-02-2012
Comentários (14)
Exibir/Esconder comentários
...
De que fala?
De quem fala?
Porque fala?
A quem se dirige?
Quem vem ao espaço público pretensamente porque tem algo a dizer, é bom que o faça com clareza. Não se deve exigir menos que isso.
...
OUTRO ?
Alguém é capaz de explicar o que é que se está a passar com os Juízes ?
Agora deu-lhes para serem jornalistas ?
Ser apenas Juíz já nāo os preenche ?
...
...
...
Bom, quanto aos outros, não sei. Quanto a este, surge agora, e só agora, porque é candidato às próximas eleições da ASJP.
Este texto versa sobre a vida interna da ASJP e da judicatura, embora esteja um pouco encriptado.
Faz sentido usar estes meios para fazer política sindical interna? Não sei.
Mas sei que cada um responde pelos seus actos.
...
Laura Tavares
Ética, soberba e aventais
Eu ainda sou mais soberbo
...
... para quem nao entende
(...)"a pretensão das autoras (Couto e Couto e Real Quality Housing) em nada difere da "do ladrão de laranjas que, apanhado com a mão nestas, vem reclamar do guarda, que indevidamente lha permitiu a entrada no laranjal, e os prejuízos que teve por não poder continuar o furto."
Quando se dirige a juízes, como neste caso, nao o tem que fazerde forma a que "o comum dos cidadaos" (como o Senhor/a) o entenda.
Sr. Pé de Vento, retracte-se, porque acabou de falar do que nao sabe. Dedique-se à sua tarefa de ser comum cidadao e fale do que entende. Bitaites pseudo-intelectuais só ficam bem a quem fala do que sabe!